Saúde mental, como saber se preciso de ajuda?
- Bruna Cipriano
- 27 de nov. de 2023
- 2 min de leitura
A doença é, na maioria das vezes, vista como um mal a ser eliminado. Porém gosto de lembrar que a doença é também uma oportunidade de olhar melhor para nós mesmos, um convite ou enigma a ser desvelado e geralmente fala dos nossos hábitos, crenças e estilo de vida.

Desenvolver uma postura de atenção em relação à saúde é o caminho mais assertivo para a prevenção de doenças assim como para o seu tratamento. Passar da postura passiva (paciente) para ativa (responsável) é fundamental para qualquer mudança que se almeje.
Adoecemos não somente do corpo físico, mas também das demais dimensões. Quando a mente e as emoções adoecem, isso é, o campo subjetivo, há uma dificuldade em mensurar, pois não há exame físico capaz de detectar onde o “mal” se encontra. Seu diagnóstico passa por outros critérios. Por ser subjetiva, também está sujeita ao julgamento, valor moral e preconceitos, dificultando o acesso a tratamentos mais precoces.
Tratamos pré-conceitos com conceitos e conhecimento. Por isso compartilho neste texto alguns parâmetros de avaliação da qualidade da saúde mental.
Muitas pessoas têm dificuldade em saber quando buscar ajuda em saúde mental, por exemplo, quando saber se o que está sentindo é depressão ou somente tristeza?
Precisamos ter atenção ao tempo e ao contexto do sofrimento, por exemplo, ficar triste por algum tempo por alguma circunstância como um luto, uma mudança, é esperado. Mas existem tristezas que duram muito tempo, prejudicando a vida em vários aspectos.

Existem 3 dimensões as quais devemos nos orientar para avaliar a necessidade de buscar ajuda profissional, seja ela psiquiátrica ou psicológica:
1- Prejuízo funcional
Alguma área da vida têm prejuízo (trabalho, relacionamentos, autocuidado)
2- Parte física do humor
Sono, apetite, libido
3- Sofrimento mental
Preocupação exagerada, ansiedade, irritabilidade
Muitas vezes é importante se referenciar pela avaliação de alguém que conviva com você, porque quando estamos adoecidos mentalmente, psicologicamente por vezes não conseguimos ter tal discernimento, por estar tão identificados ao sofrimento.
Pedir ajuda não é simples, principalmente quando a questão é saúde mental. Quando estamos com uma infecção ou uma pressão alta, não temos preconceito de ir até um hospital pedir ajuda, mas quando estamos sofrendo emocionalmente, protelamos esse pedido. Isso arrasta o sofrimento e os danos causados pela cronicidade do adoecimento psíquico.
Não há vergonha alguma em ser vulnerável, aliás esse já é um tema importante que abordamos quando iniciamos a jornada de tratamento em saúde mental.
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