O que a exaustão tem a ver com anestesia?
- Bruna Cipriano
- 13 de mar. de 2024
- 2 min de leitura

Quando éramos crianças, nossa aprendizagem acontecia por via sensorial. Era através dos 5 sentidos (visão, audição, tato, paladar e olfato) e dos movimentos corporais que experimentávamos o mundo. Isso quer dizer que o corpo é o primeiro lugar onde aprendemos a sentir, só depois vem a consciência.
Crescemos, viramos “gente grande” e aí complicou tudo! O corpo e a mente foram separados e demos mais importância e atenção aos atributos da mente, em detrimento do corpo. Porém é no corpo que a gente sente. Um nó na garganta, um aperto no peito, um frio na barriga! Podemos traduzir essas sensações em sentimentos, como medo, alegria, raiva, angústia etc.
Os sentimentos querem nos comunicar algo e quando nos desconectamos do sentir, construímos bloqueios para as emoções se manifestarem.
Em nossa sociedade existem muitos anestésicos, que se propõem a “eliminar” o mal estar causado pelas emoções e sentimentos. Se estiver triste demais, é depressão, feliz demais, alienada e por aí vai. Vamos anestesiando, anestesiando para responder a uma demanda estrutural e social: consumir e produzir sem limites, sem nos respeitar.
Se todos os dias estiver exausta e não escutar o meu corpo, não vou saber qual a mensagem que ele quer comunicar, quais as necessidades foram negligenciadas, quais limites foram violados. Com o tempo esse processo gera adoecimento, por exemplo a síndrome de Burnout.
Quanto mais anestesiada eu fico, mais exausta me sinto.
O corpo sabe o caminho, se permita sentir. Através de um abraço, um colo, pé na grama, som de pássaros, banho de cachoeira, risadas e choros com as amigas, uma dança.
Busque conexões verdadeiras, nesse lugar você pode sentir, se expressar e ser respeitada.
O mais difícil é sofrer sozinha.